Gente, uma ótima notícia para quem gosta de cultura e memória no Ipiranga: o Liceu de Artes Musicais Furio Franceschini @lamfuriofranceschini foi inaugurado na noite desta sexta-feira (20), no casarão histórico do Solar do Maestro, no número 366 da avenida Nazaré. O liceu abrigará um projeto de formação musical clássica de crianças e jovens em situação de risco social.
A abertura das aulas acontecerá no primeiro semestre do ano que vem. A Funsai (Fundação Nossa Senhora Auxiliadora do Ipiranga) @funsai.ipiranga, dona da edificação e do projeto, diz que utilizará o fim de ano para a constituição efetiva da escola de música, com aquisição de mobiliário e instrumentos musicais.
Os detalhes para as inscrições serão definidos no futuro.
A Funsai está negociando a cogestão do espaço com a organização Sustenidos, especializada na concepção, implantação e gestão de políticas públicas de cultura e educação na área da música.
Segundo Carlos Eduardo Franceschini Vecchio, presidente da Funsai, faltam poucos detalhes para a assinatura do contrato com a Sustenidos e o anúncio oficial da parceria.
O casarão que abriga o liceu pertenceu ao afamado maestro, músico e compositor Furio Franceschini (1880-1976), que nesse lugar morou com a família e recebeu convidados, como os modernistas Heitor Villa-Lobos e Mário e Oswald de Andrade.
A edificação acabou de ser reformada e restaurada, conforme projeto da empresa de engenharia It’s Informov e do estúdio de restauro Sarasá. Ficou linda, recuperando sua originalidade e vitalidade outra vez.
O trabalho de restauro permitiu a revelação de sutilezas ocultas, como a pintura com motivos florais da primeira camada do passado, nas paredes. As portas e janelões de madeira nobre também foram recuperados e o resultado é o que se vê, resplandecendo do antigo novo.
A cerimônia oficial de inauguração contou com a presença da direção da Funsai, de amigos e convidados, um total de cerca de 150 pessoas. Houve descerramento de placa comemorativa na fachada externa, precedida por celebração de um padre, que bendisse a casa e seu futuro projeto.
Depois, no interior do casarão, o presidente da Funsai discursou brevemente, relembrando a luta de 20 anos pela recuperação da casa de Furio Franceschini, que é avô do dirigente. Frisou que a construção da casa foi resultado do amor de Furio pela mulher por quem se apaixonou e com quem casou, Maria Angelina, filha mais velha do conde José Vicente de Azevedo, benfeitor do Ipiranga.
O conde, segundo o dirigente da Funsai, colocou a existência de uma casa para morarem como condição para conceder a mão de sua filha ao músico.
Vecchio agradeceu também a decisão tomada pelo conselho diretor da Funsai de apoiar um projeto com tais características, com custo na casa dos milhões, e encerrou sua fala com emoção, a voz embargada: “Queremos ser úteis, porque essa é a nossa missão”.